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quarta-feira, 30 de março de 2011

História Verídica: Boas Atitudes



Estava conversando com meus dois amigos, perto de minha casa, quase as 23:00hs, aproximou um senhor e disse:
-Oi, você me dá um real?Para eu comprar uma pinga.
-Nós não temos dinheiro; mas o senhor quer dinheiro pra comprar pinga?
Olha seu estado, num consegue nem parar em pé e você quer beber?


-Ta bom já vou indo embora então!
-Qual o seu nome?
-Adilson
Reparamos que ele estava todo cheio de sangue em sua camisa e perguntamos:
-O quê aconteceu Sr. Adilson?Esse sangue?
-Nem quero lembrar.
-O que foi?
-Pedi um real para um homem, ele fechou a mão e me deu um soco na boca.
-Sr Adilson você tem família?
-Tenho.
-E por que você não está com ela?
-Eu num vou abrir minha vida, aqui pra você, eu nem o conheço.
-Pode falar Sr Adilson?
-Ééé, eu tenho duas filhas e eu não posso vê-las, porque minha mulher não deixa.
-Mas você tem direito.
-Ela está com outro homem dentro de minha casa; e quando vou lá pedindo pra ver minhas filhas, ela não deixa e como já estou com o álcool na cabeça, eu falo algumas verdades e o homem dela me expulsa.
E não vejo a minhas filhas há muito tempo.
-Sr Adilson, mas você acha que sua mulher vai te aceitar assim?Todo sujo, fedendo e alcoolizado?
Você teria que ir lá sóbrio. Porque é de seu direito.
Meu avô ele vivia assim, jogado, vivia na pinga.
Ele comprava alguns móveis e logo devolvia, porque não tinha dinheiro pra poder pagar, gastava tudo em bebida e farra.
Conforme essa sua vida passava, minha avó e minha mãe foram se desgastando de cuidar dele.
Quando um dia, ele foi internado na clínica, de tanto beber e quase morreu.
Hoje já se passaram 15 anos, e ele está bem, limpo e não suporte cheiro de pinga.
Você quer chegar a esse ponto, para poder parar?Ou prefere parar agora enquanto tudo ainda funciona?
Sr Adilson, quantos anos você tem?
-45.
-Nossa! Você sabe como você está?Eu estimava que você tivesse no mínimo uns 53.
Você era assim antes?
-Não, eu estou acabado.
-O que é isso em sua perna?Está inchada e cortada?
-É a pinga.
-Quanto tempo você está nessa vida?
-Três meses.
-O que três meses você fez em sua vida?Você parou pra pensar, o que você tinha e hoje você tem?
Esses seu amigos, que dizem que são seus amigos, nos bares, eu não vi nem um acompanhando você quando você chegou até nós.
Você Trabalha?
-Eu trabalhava. Eu sou caminhoneiro e tinha dois caminhões, mas hoje num tenho nem um.
E não consigo emprego por ai de caminhoneiro.
Estou com nada, sem casa, família, dinheiro e amigos.
-Sr Adilson, você estava indo aonde?
-Estou indo para casa de meu irmão, Nilson.
-Você vai posar lá?
-Num sei, espero que ele me aceite.
Porque ele não gosta de me ver assim, sujo e bêbado.
-Você só tem aquela casa que sua mulher mora?
-Tenho essa, mais a do meu irmão.
-Sr Adilson onde seu irmão mora?
-João Paulo II.
-Mas é muito longe do Santo Antônio até o João Paulo.
-É.
-Sr Adilson, você espera eu pegar o dinheiro lá em casa, pra você ir de ônibus?
-Sim.
-Espera ai então.
Chegando a casa, vi meus pais, entrei no meu quarto, abri minha carteira e tinha R$ 5,00, pensei em dar o dinheiro, mas resolvi pegar o cartão, porque assim ele não terá como comprar pinga.
Peguei uma camisa e um short velho e voltei lá na rua.
Minha mãe perguntou: - Aonde você vai filho, com isso?
-Vou devolver. (falei isso pra não encompridar a conversa)
Sai lá na rua, Sr Adilson estava lá esperando. Disse que tinha acabado de passar o ônibus.
-Pronto Sr Adilson peguei o cartão, eu pensei em pegar o dinheiro, mas eu sei como é o vício.
-Fez certo, muito obrigado.
Nós sentamos e ficamos esperando o ônibus, quando nosso amigo pensou em oferecer um lanche para Sr Adilson.
-Sr Adilson, se eu fizer um lanche você come?
-Ahh, não precisa não, já está vindo o ônibus.
-Só um pouquinho?
-Quero sim.
Assim que ele foi fazer o lanche, voltei a conversar com Adilson.
-Quando você chegar à casa do Nilson, poderá falar que você nos encontrou e doamos umas roupas, sabendo que você precisava tomar um banho.
Ele vai te aceitar.
Quando meu amigo voltou, ele não trouxe um simples lanche, tinha no prato: arroz, feijão, ovos, carne e um copo de refrigerante.
-Pode comer Sr Adilson.
Enquanto Adilson comia, sua mão tremia, quase derrubava o prato.
-É fome né Sr Adilson?
-Não, é falta da malvada.
-kkkkkkkk, se vai sai dessa.
De repente avistamos o ônibus bem longe.
-Come rápido Sr Adilson, o ônibus está vindo.
Acho que ele nunca comeu tão rápido, em toda sua vida, não deixou nem um grão.
Assim que encostou o ônibus, ajudei ele subir, orientei o motorista; dizendo que ele ia para o João Paulo II; passei o cartão e ele foi embora.
Comecei a conversar com meus amigos ali mesmo:
-Ele estava bem consciente.
-Tomara que ele realmente ele melhore; que 20% do que nós o falamos consiga lembrar; que seu irmão o atenda e o aceite.
-Fizemos uma coisa bacana hoje, nossas palavras farão bem para ele.

Amigos: Gabriel / José Ygor / Pinguim

Boas Atitudes faz bem para nossa vivência.

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